No dia 29 de outubro de 2018, o voo 610 da Lion Air decolou do Aeroporto Internacional de Jacarta, na Indonésia, com destino a Pangkal Pinang. No entanto, apenas 13 minutos após a decolagem, o Boeing 737 MAX 8 da companhia aérea caiu no Mar de Java, matando todas as 189 pessoas a bordo. O acidente se tornou um dos piores na história da Indonésia e chocou o mundo inteiro.

Imediatamente após o acidente, as autoridades indonésias iniciaram uma operação de busca e resgate para tentar encontrar os destroços do avião e corpos das vítimas. A operação contou com a participação de centenas de pessoas, incluindo mergulhadores e equipes de investigação. Os destroços do avião foram encontrados a cerca de 34 metros de profundidade no fundo do mar, a cerca de 15 km da costa norte de Java.

Uma investigação foi iniciada para determinar a causa do acidente. O relatório preliminar, divulgado em novembro de 2018, apontou falhas nos sensores de velocidade do avião, chamados de tubos de pitot. Esses sensores são responsáveis por fornecer informações sobre a velocidade do avião, e no caso do voo 610 da Lion Air, houve uma divergência entre os dados fornecidos por cada tubo de pitot. Isso levou a uma série de eventos que culminaram na perda de controle do avião.

No entanto, o relatório preliminar não foi capaz de explicar completamente por que os pilotos não foram capazes de corrigir os problemas causados ​​pelos sensores de velocidade. Uma das possibilidades é que os pilotos não tenham recebido treinamento adequado para lidar com a nova tecnologia do Boeing 737 MAX 8. Alguns especialistas em aviação destacam que os pilotos precisam de treinamento específico para lidar com as modificações feitas no novo modelo de aeronave em relação ao 737 anterior.

O acidente da Lion Air também implicou em uma crise para a Boeing, fabricante do avião. O modelo 737 MAX 8 foi aprovado apenas no ano anterior e estava sendo considerado um avanço importante na indústria da aviação em termos de eficiência de combustível e tecnologia. No entanto, após o acidente da Lion Air e um segundo acidente fatal da Ethiopian Airlines em 2019, o 737 MAX 8 foi proibido de voar em diversos países, incluindo os Estados Unidos, a Europa e a Ásia. A Boeing enfrentou questionamentos e investigações sobre a segurança do avião, além de ter perdido milhões de dólares em vendas e ações.

Em resposta às investigações e críticas, a Boeing prometeu uma série de mudanças no sistema do 737 MAX 8, incluindo uma atualização nos sensores de velocidade e um novo sistema de treinamento para os pilotos. Em novembro de 2020, a Administração Federal de Aviação dos EUA aprovou as mudanças propostas pela Boeing, permitindo que o 737 MAX 8 voltasse a voar em alguns países. No entanto, ainda há dúvidas e preocupações sobre a segurança do modelo em todo o mundo.

O acidente da Lion Air foi um momento trágico na história da aviação e levantou questões importantes sobre a segurança aérea e responsabilidade das companhias aéreas e fabricantes de aeronaves. Esperamos que a investigação completa do acidente leve a mudanças importantes e melhorias na indústria da aviação, aumentando a segurança para todos os passageiros.